![A FIAT fez algo que nenhuma outra marca fez até agora](/static_assets/photos/fiat-colors-2198820-4pboah40cw-384w.jpeg)
A marca italiana FIAT marcou no passado dia 26 de Junho a linha temporal a partir da qual deixa de fabricar carros cinzentos e passa a adotar as cores.
Num comunicado oficial da marca podemos ver o entusiasmo que a FIAT tem nesta mudança, usando mesmo termos como “revolucionária” para a descrever. Menciona ainda que a decisão terá sido tomada com o objetivo de realçar a importância que as cores têm nas nossas vidas.
Itália. A terra das cores. FIAT. A marca das cores.
É com esta declaração que a marca italiana abre o comunicado feito no site do grupo Stellantis.
Não só planeia a FIAT deixar de usar os cinzentos no seus carros, como as cores que usarão daqui para a frente serão inspiradas, segundo a marca, no mar, no sol, na terra, e no céu italianos. Os 4 elementos italianos? Não sei, mas sei que a ideia é reafirmar o valor da marca, conhecido por “Nova Dolce Vita”.
“Quebrámos as regras: decidimos parar a produção de automóveis FIAT cinzentos. Isto é desafiante e disruptivo e tem como objetivo reforçar ainda mais a liderança da FIAT como a Marca da alegria, das cores e do otimismo.” declarou Olivier François, CEO da FIAT e CMO do grupo Stellantis.
O primeiro FIAT a tornar esta decisão uma realidade é o FIAT 600e, com lançamento marcado para o mês de Julho.
Entre as cores que estão disponíveis na gama actual da marca podem encontrar-se: Branco Gelato, Laranja Sicilia, Laranja Paprika, Vermelho Passione, Azul Dipinto di Blu, Azul Italia, Azul Venezia, Verde Rugiada, Verde Foresta, Dourado Rose e Preto Cinema.
Ainda que concorde com Olivier, no sentido em que existem demasiadas cores para andarmos todos a comprar carros cinzentos, brancos e pretos, não me parece que eliminar por completo os cinzentos da sua gama tenha sido a melhor opção.
Pessoalmente não costumo ser adepto de proibir ou obrigar toda a gente a fazer algo que alguém ou um pequeno grupo de pessoas pretende. Afinal, somos todos diferentes. Possivelmente, uma abordagem menos drástica teria sido a de incentivar a compra de carros coloridos através de uma redução de preço nessas mesmas cores.
A verdade é que muitos fabricantes escolhem “as cores mais consensuais” — e faço umas gigantes aspas aqui — como as cores que serão usadas por defeito. Por outras palavras, um carro branco ou cinzento é muitas vezes mais barato. Sem querer estar a atirar nenhum fabricante para a frente da carruagem, vejamos alguns exemplos:
- O Toyota Corolla vem em branco por defeito. O azul “juniper” acresce 580 €.
- O Ford Puma vem em branco por defeito. O azul “desert island”, o mais vibrante do leque de cores disponíveis, acresce quase 600 € ao valor final.
- O Mazda CX-5 também vem em branco por defeito. O vermelho “soul crystal”, o clássico da Mazda, acresce 900 €.
Acho que não preciso de continuar…
A verdade é que se o parque automóvel nacional está tão monocromático nos dias que correm, é em grande parte porque os fabricantes tomam decisões que acabam por influenciar a cor com que a maior parte dos carros sai da fábrica. Retirar ao consumidor a opção de escolher o cinzento dá a entender que a culpa é de alguma forma do consumidor. O que não me parece ser minimamente justo.